O eterno retorno
- Renata Araújo
- 2 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: há 5 dias
O mundo da matéria e o mundo espiritual podem ser compreendidos de formas tão simples, que assustam.
Tomemos dois animais como metáforas: a serpente e a ave.
A serpente - que vaga pela terra, pode representar o Corpo, o instante em que estamos voltados para a saciedade dos instintos mais básicos: fome, sede, pulsões sexuais, sobrevivência. Nesse estado, olhamos para baixo, para a vida imediata, e para frente, tentando antever como o outro nos afetará, a fim de buscar proteção. Deslizamos pelo mundo, rastejando entre os lugares por onde passamos.

A ave, por sua vez, pode simbolizar a liberdade do Espírito, o momento em que conseguimos sair desse movimento de pura sobrevivência. Um simples instante onde somos capaz de olhar para cima e alçar voos rumo ao desconhecido sagrado. Ao alcançar certas alturas de consciência, olhamos para baixo e percebemos que já não rastejamos por um momento. Pode-se ver mais longe, além do que, usualmente, vemos. Nesses momentos, somos guiados pelas correntezas do mundo das ideias - numênico, e escutamos o chamado da natureza, que ensina a bater as asas na hora exata de mudar de direção.

Transitar entre esses dois mundos (céu e terra) é como calçar as sandálias de Hermes.

Ao colocá-las nos pés, crescem asas, e somos capazes de voar para alturas inimagináveis dentro do nosso próprio ser, permitindo que a carruagem da alma não seja mais controlada pelas amarras da mente.
🐍 Nos pés, serpentes.
🦅 Na cabeça, a ave.
👩🏽🦳 No meio, interligando ambos: um ser humano.
A partir dessa metáfora, temos a explicação mais simples do que significa ser pontífice (ponte) entre céu e terra. Do que significa o eterno retorno. Do que significa: Abraxas.

Até breve! 🌻
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✍🏼 Por Rê Araújo
Filósofa da alma
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